terça-feira, setembro 08, 2009

Essa ânsia

Coça a testa, balanga a perna,
desdobra o joelho, estala os dedos.
Dores nas costas, inchaço no lombo,
ouvido entupido, o que é isso meu Deus?

Parece estresse, unha encravada,
caspa danada, micose mal curada.
Disseram ansiedade, eu disse que nada!

Mas então o que será
que me morde as bochechas?
Onde estão mesmo
as minhas verdades?
Quem vai me emprestar
um mundo distante?
Que mãos serão essas
nas suas madeichas?

Ah, que mundo maluco,
me faz girar junto!
Mas quero ir para longe,
dessa história confusa.
Que me afastam da paz e
me estremecem o amor.
Me causa nervosa alergia
e me dobra em três partes de dor.

É então meu etílico corpo
que reage ao que chamo de adeus.
Tentando aproveitar o que não consertei...
Ou até minha claustrofóbica alma
futucando o que chamo de meu.
Tentando escapar do que me tornei...

ToN

Um comentário:

Fernando Castro disse...

Adorei o texto.
"minha claustrofóbica alma (...) tentando escapar do que me tornei"

Meio triste. Sei que sempre tem algo de autobiográfico no que escrevemos, mas espero que não se sinta realmente assim.
Meio triste - repito -, mas perfeito!