terça-feira, setembro 01, 2009

O gosto de gostar

O que sobra é o amargor
do final do gosto de amor
que só era gosto de gostar
sem saber que amar
também se trata de lealdade
dizer o que poderia ferir
por simples sinceridade
assim o amor vinga!
não por omissões e mentiras...

Me perdeu quando não disse,
me fez esperar por horas eternas.
E fiquei a pintar as arestas
de um utópico gostar indizível
que era tudo
menos gostar de amar.
Pois me feris, não a derme,
a face de que sou feito.
Faço agora o oposto de ti,
mas se te ferir, que fira o peito
Doloso da culpa sem arrependimento.

Só passa tudo aquilo que não quer ficar,
só morre o que não quer para si a vida...
És a fonte do medo de saber
o cruel destino das coisas insossas
...murcham como as flores!

2 comentários:

Déia disse...

Que poema mais lindo, perdi até o ar!
bj

Fernando Castro disse...

Adorei todo o poema, mas este verso, em especial, me deixou anestesiado:
"só morre o que não quer para si a vida..."

Perfeito!

até...