quarta-feira, junho 06, 2012

A hora do sol


A solidão, aquela que se sente sozinho, essa ninguém compreenderá. Pois só nós mesmos conhecemos todas as feridas de dentro do nosso coração, só nós mesmos conhecemos as mágoas que perdoar, os espinhos que suportamos e os tombos que iremos tomar. E é na solidão sozinho que você para para pensar na prisão que suas feridas te trazem se você não souber curá-las. Além de tanta solidão vendida em todas as prateleiras da vida. Tanta miséria por causa da breve partida de xadrez, que nossa forma escolhida de viver fez ser uma guerra da fome contra a soberba. A miséria da solidão dentro de nós transformou nossos sonhos em ilusão ou matéria! Fez as portas do grande lar da vida camuflarem-se no medo de desaparecer no meio da ganancia!
Conclamem vossa farda etérea de segunda, nossa armadura de batalha, identidade do homo sapiens que nada sabe! Pois haveremos mesmo de construir um mundo onde todos se deem bom dia antes que o pó da agonia dos que respiram a hipocrisia dos cerdos de ouro se dissipe? Pois seremos nesse tanto, pequenos a ponto de fecharmos nossos olhos para a agonia dos que sofrem em troca de uma vontade própria e insana de realizar-se pelo mundo mesmo que de forma opróbia? Não te envergonha ter pensado tanto nas sujeiras alheias antes de limpar a sua própria sujeira, enquanto todos o viam desfilar a pompa de que tem alguém na barriga, mas que rei não é!?
A solidão é coisa perigosa! Mas a solidão e o frio é mais! A solidão e a fome nem digo, pois então me dói a alma! Saber fingir não saber que há tantos com fome, saber fingir não saber que minhas escolhas têm poder, entre tantos outros fingimentos sabíveis que fingimos não saber que possuem os seres humanos sabidos, faz de nós a mais louca e perdida forma de vida. Por isso há solidão! Por isso não conseguimos nos olhar no fundo dos olhos. Pois achamos que dentro dos nossos olhos existe um reflexo da nossa alma, e já chegamos ao ponto em que temos vergonha dela. Não é para menos! Pois deixamos nossos filhos com fome, doentes e com sede. Exploramos suas vida sem atribuir-lhes nenhum mérito nem retribuição por isso! Eis o tipo de evolução ao qual alcançamos! Eis as nossas escolhas adotadas em cada ato do cotidiano tomando a forma e tamanho de um monstro chamado futuro! E esse monstro parece estar vestido de solidão até agora. Ele vem a passos curtos e lentos... imperceptíveis. Ele caminha na dobra da sombra e te invade os pensamentos para encorajar-te a parar e não querer mais enfrentar tantas injustiças, injustiças que já cansaram suas atadas vistas atormentadas de tontura e sofrimento. Domina seu dom e no minar das ideias se instaura feito um interrompedor de fluxos! Agora você é presa fácil para os diversos interesses. ESSES!!! Esses que te assolam a alma e te dormitam as utopias!
É mais que a hora de acordar, é hora de conectarmos nossas ideias, somarmos nossas experiências e vivermos a urgência dos gritos de dor! Hora de levantar e caminhar em direção a tantos sonhos possíveis! Hora de não pensar nos moldes que te fizeram, mas na verdade que te esconderam!!! Deixai o sol entrar!

Um comentário:

Carolini. disse...

Ton meu amigo, quando leio tudo que escreve me sinto em casa...porque eu sei que você realmente sente..observa e despeja suas aflições em palavras..palavras que me fazem pensar e deixar o sol entrar! Nascemos para ser a diferença que tanto esperamos do mundo..eu sei.