quinta-feira, outubro 11, 2012

fala


falalalallalalaa
faaaaaala
lalalalalalala
fala
huahauhauhuauhuahuauh
falemos do falar
pq não falar em falar?
ahauhauhuahuahua
falar em falas falidas
falas faladas
O.O
falas polidas
hauhahua
faremos palavras
novas
floridas
falei
feito fole de reis
fadado ao fato
de que falar tanto
me faria tão mudo
mudei de fala
mudei de tudo 
o mais forte silêncio
para flertar com o mundo
falar-te que o que me falta
é falar
huahahuahe 
falar para que fales comigo
para que ouça
minha voz telepática
falar do sofrido
fado de ser mudo
ouvindo
fala!
agora vc fala comigo

4 comentários:

Ana Gabi disse...

Show!

Massa!

Isso é aliteração, né?! Esse monte de letra F, tal na música do Chico: "Esperando, parada, pregada, na pedra do porto".

Achei demais!

Ton Lupes disse...

Isso é uma tentativa de parecer com o Chico... hehehehe brincadeira! é uma aliteração casual mesmo... rs =) Obrigado pelo comentário!

Unknown disse...

Olá Weverton, é o Peter, tudo bem? Eu cheguei até seu blog por meio de um post seu no face. Acontece que parei neste poema, e estou muitíssimo impressionado. Primeiro, você acabou de me dar o exemplo de algo que eu nunca tinha visto e que nem sabia que "existia": um poema escrito em linguagem de internet. E com que escolha bem feita de ideias e palavras: a mudança de postura em relação à verborragia sem significado, o excesso de palavras que não dizem e que foram caladas por uma espécie de calma muda e atenta ao mundo, para aprender o mundo e poder dizê-lo com outras palavras. É por fim a opção por uma comunicação mais significativa e aprofundada com o Outro, que diga muitíssimo mais, em menos e bastantes palavras. O poema ficou aberto com chave de ouro (porque não se poderia fechá-lo), ao final, quando você aparece e deixa claro: veja e surpreenda-se: como acabamos de conversar horas nestas poucas linhas!

Ton Lupes disse...

Caramba, Peter! Muito obrigado pelas suas palavras. Também não sei se existia esse 'estilo' de poema. Na verdade ele foi construído numa conversa pela internet mesmo, uma 'declamação virtual espontânea'. Acho que passou essa ideia mesmo de que muitas coisas são ditas; esses ditos que ficam apenas na esfera das ideias. Mas sua análise ficou melhor do que o poema realmente é.
Obrigadíssimo! =)