sábado, novembro 13, 2010

morro vivo II

E morrer é assim todo dia
Sem a missão que acho ter
Nenhuma escolha me diz 'sorria
Estou sendo renovada'
Sou agora nova forma de educar
Nova vontade de mudar
De fazer a roda aumentar
Nada, tudo é pouco pra saber
23 livros devo ler para o vestibular
Sem contar os que são pra vestir, burlar
Contar, bem escrever, interpretar sonhos
E pessoas...
Além da natureza pulsante das veias terrestres
Rios e lagoas...
Secando...
E tantos engenheiros a mando
De quem não sabe amar
Por promessas e dinheiro
Vieram o mundo modificar
Olhar o fundo da alma de Gaia
Da lama espessa ao gás braseiro
Criaram assim os anos da evolução
A melhor forma de lucrar...
Necessidade humana
Felicidade engarrafada,
Carinho embalado a vácuo...
Comida envenenada
Cadáveres torturados
Vivo a morte todo dia
E ela chega com caldo de alegria
Pra disfarçar o agonizante fardo
Dos escravos da industrialização
Pouco a pouco menos vivemos
O fim começa a brotar de dentro
Do coração paralisado pelo sal
Os pulmões asfixiados pelo gás
Enfermidades desconhecidas
Temperam a salada
Junto com inseticidas
Como posso escapar?
Se não sei de onde vem...
Vem de dentro pra fora
De fora pra dentro
De dentro agora
Contorce-se a vida
Resistindo assim todo dia...

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