domingo, novembro 07, 2010

morro vivo

Eu morro assim todo dia
Um pouco de pó e fumaça
No ar da minha melancolia
Fez a vidraça da minha veia fraca
Vir à tona pra tomar cachaça
Vira, toma de um gole só
Não sou fato nobre
Portanto faço o meu melhor
Mesmo que sejam três ou quatro doses
Amanhã tento recuperar o nó
Água de coco na garganta
Nem sei se adianta...
Com o chão seco feito boca
A minha sobriedade rota
Me pede insanidade boa
Girar rápido de mãos dadas
Fazer história na minha pousada
No meu quarto que falta metade
Enquanto soo meus versos afoitos
Sinto-te perto pouco
E morro como quem renasce

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, especial esse. Muito bom, Ton.
Adorei o "No meu quarto que falta metade".
Lindo!