Por algum tempo acreditei que existia alguma dose alcoólica equivalente ao adormecer da sua ausência. Passei horas a cantar a minha alva querência de você, mas me tornei rouco antes de terminar a melodia que me traduzia...
Tantas almas solitárias se confundem diante de mim. Não sabem sequer se sou humano de carne e osso, no entanto não sou mesmo um poço de humanidade. Porém me considero humano o suficiente para não desconsiderar qualquer ser, humano ou não.
Sou também nesse momento alma solitária, pois minha intensa realidade nada mais é que abstração. Tantas teorias em pról do vão acaso de viver, sem conhecer a extensa capacidade de ser surpreendido pelo despropósito da vida. Faço então das feridas um calo resistente ao inevitável, tentando confiar nos meus sentidos confusos e me concentrar nas coisas que amo.
As coisas que se vão sem voltar são tão presentes quanto as coisas que jamais irão. A carne se vai. A dor. O rancor. Mas não o amor.O que sou agora é uma fração consequente do que sempre serei. Mas não serei só, pois minha missão é despertar o que se tem adormecido: o amor!
5 comentários:
Como vc faz isto?
Como é capaz de traduzir em palavras as agonias da alma?
As vezes imagino que vc tenha uma vida paralela...no sentido físico mesmo!
De tarde, planetarista, e de noite até de manhã se dedica a estudar verossimilhanças, leixa-pren, anacolutos...e por isso não tem tempo para a matemática (quem tem?) e anda sempre sonolento. Por causa da vida paralela. Só pode!
Não consigo acreditar que isso seja nato. Sim, duvido da sua capacidade! Admito com um misto de vergonha e orgulho. É muito surpreendente!
Independente de como o faz, tudo que quero é implorar: Por favor, me embale com seu faz de conta.
digo sim...
Ow...bom te ver escrevendo. Adooooro! =*
Nossa! Que postagem mais linda!
Mostra uma reflexão, uma procura e um encontro de sí!
Fantástico! Vc escreve muito bem!
Voltarei para ouvir suas histórias!
bj
Brilhante texto,ao mesmo tempo que passa uma melâncolia reflete uma esperança.
Final excepcional.
Congratulações.
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