quinta-feira, setembro 02, 2010

moinho

não é minha mão que escreve
eu só escrevo o que o mundo
escreveu sem-tempo em mim
todo som obtuso
toda cor mistura
cada cheiro intruso
ou diferente textura
trança complexa de ‘ins’
inspiração ou incompreensão
invenção de transitoriedades
aleatoriamente combinadas
que modificarão verdades
não é mais selada a fonte
tudo que me sou depois
é fração do que foi antes
a memória impressa em meu nome
a captação dispersa de novos ondes
me faz figurar intenso
um caminho pro horizonte
e nesse moinho encontrarei você

Um comentário:

Stefanie Figueiredo disse...

eu já disse: escrever é o diário de bordo das sinapses