quarta-feira, julho 25, 2012
Confesso que estive fraco
Meus olhos seguiam tristes
Refletiam medo nos meus atos
Muitos sonhos ficaram distantes
A realidade só me dizia ‘desiste’
Já nem sei pois onde me bem encaixo
Parece que só nasci para louco questionar
De tantas respostas cruéis que obtive
Só fazia em meu peito crescer um vazio
Para alguém como esse eu tão solitário
Não sabia se havia um espaço cabível
Mas há sempre duas opções para tomar
Entregar-se ao medo, ou dele se fortalecer
Em meus próprios momentos sem mim
Tentando encontrar algo verdadeiro
Feito um bebê logo ao nascer
Até minhas últimas forças esperneio
Sei, ainda ei de achar esse recanto
Lá um novo homem posso chegar
Tão forte que nem comigo parecerá
E então ele me ensinará a responsabilidade
De ensinar a revolucionar
quarta-feira, junho 06, 2012
A hora do sol
A solidão, aquela que se sente sozinho, essa ninguém
compreenderá. Pois só nós mesmos conhecemos todas as feridas de dentro do nosso
coração, só nós mesmos conhecemos as mágoas que perdoar, os espinhos que
suportamos e os tombos que iremos tomar. E é na solidão sozinho que você para para
pensar na prisão que suas feridas te trazem se você não souber curá-las. Além de tanta
solidão vendida em todas as prateleiras da vida. Tanta miséria por causa da
breve partida de xadrez, que nossa forma escolhida de viver fez ser uma
guerra da fome contra a soberba. A miséria da solidão dentro de nós transformou
nossos sonhos em ilusão ou matéria! Fez as portas do grande lar da vida
camuflarem-se no medo de desaparecer no meio da ganancia!
Conclamem vossa farda etérea de segunda, nossa armadura de
batalha, identidade do homo sapiens que nada sabe! Pois haveremos mesmo de
construir um mundo onde todos se deem bom dia antes que o pó da agonia dos que
respiram a hipocrisia dos cerdos de ouro se dissipe? Pois seremos nesse tanto,
pequenos a ponto de fecharmos nossos olhos para a agonia dos que sofrem em
troca de uma vontade própria e insana de realizar-se pelo mundo mesmo que de
forma opróbia? Não te envergonha ter pensado tanto nas sujeiras alheias antes
de limpar a sua própria sujeira, enquanto todos o viam desfilar a pompa de que
tem alguém na barriga, mas que rei não é!?
A solidão é coisa perigosa! Mas a solidão e o frio é mais! A
solidão e a fome nem digo, pois então me dói a alma! Saber fingir não saber que
há tantos com fome, saber fingir não saber que minhas escolhas têm poder, entre
tantos outros fingimentos sabíveis que fingimos não saber que possuem os seres
humanos sabidos, faz de nós a mais louca e perdida forma de vida. Por isso há
solidão! Por isso não conseguimos nos olhar no fundo dos olhos. Pois achamos
que dentro dos nossos olhos existe um reflexo da nossa alma, e já chegamos ao
ponto em que temos vergonha dela. Não é para menos! Pois deixamos nossos filhos
com fome, doentes e com sede. Exploramos suas vida sem atribuir-lhes nenhum
mérito nem retribuição por isso! Eis o tipo de evolução ao qual alcançamos! Eis
as nossas escolhas adotadas em cada ato do cotidiano tomando a forma e tamanho
de um monstro chamado futuro! E esse monstro parece estar vestido de solidão
até agora. Ele vem a passos curtos e lentos... imperceptíveis. Ele caminha na
dobra da sombra e te invade os pensamentos para encorajar-te a parar e não
querer mais enfrentar tantas injustiças, injustiças que já cansaram suas atadas
vistas atormentadas de tontura e sofrimento. Domina seu dom e no minar das
ideias se instaura feito um interrompedor de fluxos! Agora você é presa fácil
para os diversos interesses. ESSES!!! Esses que te assolam a alma e te dormitam
as utopias!
É mais que a hora de acordar, é hora de conectarmos nossas
ideias, somarmos nossas experiências e vivermos a urgência dos gritos de dor!
Hora de levantar e caminhar em direção a tantos sonhos possíveis! Hora de não
pensar nos moldes que te fizeram, mas na verdade que te esconderam!!! Deixai o sol entrar!
domingo, maio 27, 2012
Todos os dias amanhecemos sentados
Pensando se para causas existem lados
No porquê de levantar tantas bandeiras
Se as eiras são as mesmas todos os dias
É tão claro quanto o amor a mudança
É tão simples quanto a paz a partilha
Mas insistimos em fazermo-nos diferentes
Como se o repente de um fosse do outro
Algo envolto de um manifesto urgente
Enquanto todos marchamos como um
No mesmo uníssono descontente
Vale mais mostrar que somos diferentes?
Ou que temos algo em comum
Apesar dos falsos sorridentes?
É tão plena quanto a mãe a filha
E mesmo diante de todo pavor
Queremos o soalho da volta na ida
E para quê derrotar alguém se acreditas
Que é feita de tolerância e perdão
A verdadeira forma de amar
Vale mais aprender com o ancião
Que só devemos no mundo celebrar
Algo que ultrapassa, o eu é religião
Verdadeira forma de altruísmo
Do que com jovens que dizem ajudar
Mas que muito precisam de vida
Para viver onde existe igualdade
Onde possamos sentir amor e verdade
domingo, maio 13, 2012
De onde essa força vem
Minha força vinha da música
Tocada por meus passos na areia
O assobio do ar nas ventas
O oxigênio e maresia salgada
Complementavam a poesia
De composição em minhas veias
Eu dançava marchando sozinho
Preparando-me de paz injetada
Nos músculos água, fogo e ar
De sonhos e todo o brando
Brado da vontade de ajudar
Minha força vinha da única
Maneira de semear o viver
Respeitando e agradecendo
Por em mim habitar e me fazer
Chorar e cantar, ou sorrir
Pular sobre as ondas
Voar no sopro do mar
Em rodopios inspirados
Ensinar meus irmãos a flutuar
E a às vezes cair
Porém nunca, ainda que
Fraco ou doente
Eles desistam de levantar
Uma força em mim emana
Algo do qual não se pode entender
Sublimando minha existência
Minha essência de
Ouvir um chamado e dizer
Ver o todo em compreensão
Saber onde toco meus pés
Pelo cheiro julgar que estragou
Entre todas as habilidades que nem sei
Poder ainda apreender
Algo novo, algo diverso
Para em vida lutar pelo bem
Dissipar as mazelas dos debilitados
Com a boa vontade de quem
Ama
Tocada por meus passos na areia
O assobio do ar nas ventas
O oxigênio e maresia salgada
Complementavam a poesia
De composição em minhas veias
Eu dançava marchando sozinho
Preparando-me de paz injetada
Nos músculos água, fogo e ar
De sonhos e todo o brando
Brado da vontade de ajudar
Minha força vinha da única
Maneira de semear o viver
Respeitando e agradecendo
Por em mim habitar e me fazer
Chorar e cantar, ou sorrir
Pular sobre as ondas
Voar no sopro do mar
Em rodopios inspirados
Ensinar meus irmãos a flutuar
E a às vezes cair
Porém nunca, ainda que
Fraco ou doente
Eles desistam de levantar
Uma força em mim emana
Algo do qual não se pode entender
Sublimando minha existência
Minha essência de
Ouvir um chamado e dizer
Ver o todo em compreensão
Saber onde toco meus pés
Pelo cheiro julgar que estragou
Entre todas as habilidades que nem sei
Poder ainda apreender
Algo novo, algo diverso
Para em vida lutar pelo bem
Dissipar as mazelas dos debilitados
Com a boa vontade de quem
Ama
sábado, abril 28, 2012
Grave
Depende quem anda de quem para
Como ferro no arrolho do cano
Se para um, para todos dispara
Polvora a força do tiro insano
De volta não sabe como fora
E quem fica no meio do canto
Ou na contramão do desassossego
É mesmo rosto pintado de branco
Mela e nina todo ensebado seu trono
Preguiçoso se faz todo dia de cego
Até convence ser tal opróbio um dom
Faz o tempo parecer sovado e pronto
Ao certo não era ele que agradecia
Pelo raro pano na mesa farta...
Meus dias nunca foram tão longos
Nem é meu logos política torta
Era catarse na própria euforia
Que na hora da víbora em bote
Acabava opressa com minha alegria
Ainda que restasse sempre um mote:
"Do tabuleiro dessa luta invisível
Será herói, ou será pião?"
O ideal em jogo é intransigível
Merece minha carne e meu suor
Pois há tempos só me valem os dias
Que consigo reconhecer na dor
E nas revoltosas agonias dos rostos
De quem força e coragem compartilha
Desejando um lar justo e melhor
segunda-feira, março 12, 2012
Insonho
Talvez você nunca me conheça ou não se encontre comigo nem por acaso na rua. Do que adianta escolher uma blusa menos amarrotada e desbotada se nossos caminhos não vão mesmo se cruzar? Visto qualquer uma e abuso do mal humor de quem já se esqueceu de quem sou ou possa se tornar. Interrogo as coisas mais profundas do mistério do infinito para tentar fugir da desilusão de ser o que for... Todos os fatos já me levaram a crer que muito pouco de mim vai sobrar por aqui quando o mundo decidir não sentir mais meu sabor. Então, pensando nas certezas que jamais encontrarão, recomendo as incertas coisas que pairam sobre o agora. Sabido que lá fora mil possíveis sonhos podem me libertar, já é evolução pensar que posso ou não realizá-los, pois sei também que não pretendo voltar. Mesmo que me acabe a juventude e que não me sobre muitas virtudes para os amigos conservar, ainda penso num caminho bonito de terra batida, grama em volta, flores sortidas, onde eu descalço possa caminhar. Mas se Deus com rimas tão pobres e ao mesmo tempo pensamentos nobres que não consigo transcrever fielmente resolveu me conceber, pode ser minha vida uma tortura indecente infectada pela vontade de sempre querer. Sempre querer o impossível pode ser belo quando escrito em poemas, mas a verdade por trás das palavras se revela num grande e antigo dilema: ser o que se pode ser ou ser os sonhos que não se pode esquecer? Em questão de segundos acaba-se o mundo e nada mais precisaria ter acontecido, do que vale então eu ter nascido? Se vim ao mundo para ser tão egoísta e pensar só no caminho que desejo a mim, já posso partir dessa vida, pois jamais me orgulharia de ter sido assim. Mas há tantos sonhos pairando sobre meu sono, há tantos versos perdidos em pensamentos insanos, que me esqueço como pode a magia ainda existir... Espero que, mesmo eu estando com a alma amarrotada no momento do nosso encontro, você perceba que ainda posso sorrir.
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
contraste
A desesperança nas ruas
A destemperança dos ricos
Explicam tantas almas moribundas
Vivendo sem água, sem alimento
Sentindo na pele a tortura
De ter nascido desprotegido
Cantando nos becos loucura
Sem poder viver algum sentimento
São os frutos da ganancia e egoísmo
Como poderia eu viver sem agradecer a Deus?
Que todos os dias não me deixa com fome
Dá-me o fruto da sabedoria divina
E alimenta minha alma até mesmo em sonho
Como poderia eu não agradecer?
Se faz chuva ou se faz sol, gratidão
Se os dois ao mesmo tempo, arco-íris
Não me distancio do seu alvorecer
E contemplo com meus olhos felizes
A verdadeira força da criação
Que me nina em seu colo morno
Que me banha e limpa feridas
Como poderia ignorar do vento o sopro?
Como poderia eu viver sem vida?
A destemperança dos ricos
Explicam tantas almas moribundas
Vivendo sem água, sem alimento
Sentindo na pele a tortura
De ter nascido desprotegido
Cantando nos becos loucura
Sem poder viver algum sentimento
São os frutos da ganancia e egoísmo
Como poderia eu viver sem agradecer a Deus?
Que todos os dias não me deixa com fome
Dá-me o fruto da sabedoria divina
E alimenta minha alma até mesmo em sonho
Como poderia eu não agradecer?
Se faz chuva ou se faz sol, gratidão
Se os dois ao mesmo tempo, arco-íris
Não me distancio do seu alvorecer
E contemplo com meus olhos felizes
A verdadeira força da criação
Que me nina em seu colo morno
Que me banha e limpa feridas
Como poderia ignorar do vento o sopro?
Como poderia eu viver sem vida?
quarta-feira, fevereiro 01, 2012
Renovo
Deixo essa maré me levar
Onda por onda sintonizo
Minha sede de chegar
Onde tudo irá um dia
Desaguando e moldando as conchas
Retornando de um grão a vida
Sintetizo as falanges que dormiam
Na mais profunda imersão
Levo os minerais ao alto cume
Quando me desafiam
E lá de cima venho limpando
Com sementes germinantes
Semeando novos lugares
Parece aos olhos distantes
Que de mim só fica o sal e o iodo
Mas hão um dia compreender
Que tudo é parte do todo
Seus inconcientes pensamentos
Cheios de sórdidos veios
Quando levados pelo vento
Alimentam a minha evaporação
Que faz de mim ar gélido e denso
Pronto para nova renovação
Onda por onda sintonizo
Minha sede de chegar
Onde tudo irá um dia
Desaguando e moldando as conchas
Retornando de um grão a vida
Sintetizo as falanges que dormiam
Na mais profunda imersão
Levo os minerais ao alto cume
Quando me desafiam
E lá de cima venho limpando
Com sementes germinantes
Semeando novos lugares
Parece aos olhos distantes
Que de mim só fica o sal e o iodo
Mas hão um dia compreender
Que tudo é parte do todo
Seus inconcientes pensamentos
Cheios de sórdidos veios
Quando levados pelo vento
Alimentam a minha evaporação
Que faz de mim ar gélido e denso
Pronto para nova renovação
segunda-feira, janeiro 30, 2012
Naquele momento de transe, deitado num círculo portal, encontrei meus mestres. Isso foi escencial para o que serei de agora em diante. Toda minha energia e força devem trabalhar pelo propósito da vida. Ainda há um longo caminho a ser trilhado, mas quanto mais difícil ele for, mais forte estarei para enfrentar o próximo obstáculo! Ohm Namah!
domingo, janeiro 08, 2012
tão somente
Há tantas feridas ainda abertas
Tantos egos cravados em segredo
Dentro de um ser que não sabe mais ao certo
O que é seu e o que apreendeu
Do mundo um envólucro de medo
Que habita nas mais profundas
Nas vontades mais absurdas
No pensamento de dor e angústia
Sem se explicar te designa fraco
Pois há ainda tantas curas escondidas
Na própria insegurança da ignorância
Nem ao menos ao olhar para dentro
Percebe-se a fraqueza de tantos atos
falhos e torpes, discretos e imperceptíveis
Criam raizes nos nossos parcos semblantes
Trazem a franqueza da solidão inglória
Dividem as certezas em engodos calmos
E de novo a depressão consome nosso domingo
Reconhecendo nas suas espécies de amizade
O que até hoje se construiu no caminho
Quantos são para apenas brindes amigos
Outros para apenas desabafos chorosos
Ou bem distantes se dizem presentes
Falta-me virtude
Falta-me carinho
Já não posso continuar sozinho
É tudo que sei...
Tantos egos cravados em segredo
Dentro de um ser que não sabe mais ao certo
O que é seu e o que apreendeu
Do mundo um envólucro de medo
Que habita nas mais profundas
Nas vontades mais absurdas
No pensamento de dor e angústia
Sem se explicar te designa fraco
Pois há ainda tantas curas escondidas
Na própria insegurança da ignorância
Nem ao menos ao olhar para dentro
Percebe-se a fraqueza de tantos atos
falhos e torpes, discretos e imperceptíveis
Criam raizes nos nossos parcos semblantes
Trazem a franqueza da solidão inglória
Dividem as certezas em engodos calmos
E de novo a depressão consome nosso domingo
Reconhecendo nas suas espécies de amizade
O que até hoje se construiu no caminho
Quantos são para apenas brindes amigos
Outros para apenas desabafos chorosos
Ou bem distantes se dizem presentes
Falta-me virtude
Falta-me carinho
Já não posso continuar sozinho
É tudo que sei...
sábado, janeiro 07, 2012
Aqui disparado

Eu estava aqui parado. Tentava de uma maneira dentro dos meus pensamentos encontrar alguém que eu precisasse ou que fosse importante a ponto de me identificar.
Quanto mais eu buscava mais longíncua e incomum essa força parecia se distanciar. Mas que coisa poderia ser tão importante a ponto de eu dizer que cheguei? Só via a lua embaçada no seu quinto dia de crescente, pronunciando uma pequena trégua das chuvas que castigaram centenas de cidades. Ela me tinha aparecido desde que eu havia ido comprar esse merlot no supermercado. De madrugada, eu não sabia se arriscava sair para vê-la de novo. Poderia eu encontrar, nesse desencontro marcado, algo que fosse relevante compreender? Quando lá cheguei e na areia sentei, percebi que eu ali estava para ninguém encontrar!
Só a lua me parecia familiar. Só ela parecia me enxergar.
Aquele brilho embaçado era a única coisa que minha alma conseguia compartilhar. Ela parecia defeituosa em sua essência. Era eu, na verdade, que reconhecia na imperfeição da revolta da natureza, quando não a compreendi e respeitei, a deficiência de mim mesmo. Me senti culpado pela catástrofe do mundo, por acreditar que eu não faço o suficiênte para mudar no mundo o que eu não concordo. Como se a natureza reagisse em resposta até a minhas ideias e pensamentos.
Algumas pessoas passaram por mim enquanto eu caminhava na areia e em todo o restante do percurso. Alguns fazendo o mesmo que eu. Outros indo no caminho oposto.
Alguns dormiam e vagavam subconcientes no ar. Até me confundia em alguns momentos nas ondas que vinham de tantos transeuntes, mas sem sair de uma espécie de transe consciente. Aqui estou eu parado de novo, então.
Selene já não me vê tão de perto...
Com tanto, enfim compreendo a quem destinava aquela vontade de encontrar àquele alguém. Era eu, que havia escapado um pouco de mim e que com a dor do mundo parecia ter que lidar, como se ela fosse de meu próprio corpo de células. Era eu que precisava passear e ver a lua comigo mesmo sem ninguém para interromper. Era eu com quem eu precisava estar. Era eu o único capaz de perceber que na solidão de estar consigo mesmo é que mora a cura para esse vazio que chamaram de falta. Mas como poderia eu faltar a mim mesmo? Como pude eu a mim não respeitar? Como pedir desculpas a si mesmo nesses casos? Quanta gente resolveu ir descançar depois de tanto tentar dizer que é preciso não acreditar em tudo que parece ser verdade! Não é necessário ser cético ao extremo, mas nunca se deixe perder a capacidade de questionar. Em construções muito simples, de frases ou argila, reside a chegada do aconchego e do sussego. Não está tão distante a resposta, não é assim tão intangível a real sabedoria, cuja base é o amor. A água da chuva misturada a terra vermelha invadindo e fertilizando a natureza, é nisso que quero pensar. E eu estou aqui em mim, ao mesmo tempo que em todo lugar, pois de mim provém muitas consequências até mesmo ao estar aqui aparentemente parado.
sábado, dezembro 31, 2011
Crítica do tempo
Acho que quando eu nasci, ou morri talvez, o Pink Floyd lançava o albúm 'A Momentary Lapse of Reason'. Mas o importante nesse fato histórico é o quanto o tempo poderia ser não imprevisto. Se é que poderia, pois se trata de algo abstrato e incompressível em relação aos seus desencadeamentos. Oh, máquina do tempo! Leve-me àquele momento!E quando eu lá estiver, direi a quem eu fui ou serei, a mesma coisa que só eu poderia ser, a mesma coisa que não sei. Pois de outra forma nunca haveria de se suceder. Como se de outra forma eu já nem fosse ou seria eu. Quem seria então? Será que ao menos eu existiria em outro lugar inacessível a mim? Como eu poderia ser outrem a quem não prouvesse hidratar os seus próprios rins? Como minha garganta se adaptaria ao outro clima, como seria a cor da minha epiderme e da derme da minha família? Será que o tempo só existe por que todas as coisas e eu existimos, então? O fato é que só somos certas pessoas, ainda que haja a possibilidade de sermos outras diferentes de nós mesmos, uma vez. Mesmo que ao não sermos deixemos de existir para o mundo e deixemos de existir aos poucos esquecidos entre a fome e a miséria no escuro. Num verdadeiro purgatório onde só existem sonhos ruins ou sonhos ludibriantes que jamais poderiam realizar-se...
Como tempo, como pude eu ser eu assim? Será que estou sendo mesmo eu ou será que estou deixando que tomem conta demais de mim? Oh, máquina do tempo, você só existe se o tempo existir! Já que ainda não te encontrei ao vivo, que nem tempo nem máquina existem posso concluir! Pois me sinto naqueles sonhos estranhos nos quais suas informações me confundem a mente para fazer eu pensar se há mesmo verdade no tempo ou nas rodas que giram ponteiros e ligeiros momentos, adentram na confusão e do tormento de transformar nossas vidas em algum unguento para as feridas que brotam além da capacidade de raciocinar. Eles, as rodas e os momentos, giram ligeiros cicatrizes adentro levando a vontade a todo o corpo de se modificar. Quase sempre nossos lapsos de convicção e razão das coisas nos cegam para todas as outras dimensões. Nossa própria razão remedia o abstrato ignorando sua existência e sua própria forma de compreensão. E por isso é que há fome para tantos e há soberba para alguns. Para outros há grilhões, desespero, infecções!
Há momentos em que a dor passa, outros não! Fica só o que é verdadeiro; é o que peço ao meu guia de luz! Mas e essa condição? Essa festa nesse dia do ano, essa cara, esse pano. Que me cobram tanto esses homens de cifrão! Não me interessa juntar riquezas enquanto vejo tanta solidão. Abusei mesmo dos ãos, pois sei deles coisas grandes e bem feitas. Posso usar de novo aquele relógio que perdi no mosh do rock da matemática e letras? Não posso. Então o tempo existe, meus caros. E ele não é só abstrato. É o agora que detona, o ontem digerido, o amanhã em coloridos que a visão não pode captar ainda. Oh, máquina do tempo, não me leve para nenhum outro momento! Acho que prefiro ser eu aqui. Por enquanto... tenho vida!
Como tempo, como pude eu ser eu assim? Será que estou sendo mesmo eu ou será que estou deixando que tomem conta demais de mim? Oh, máquina do tempo, você só existe se o tempo existir! Já que ainda não te encontrei ao vivo, que nem tempo nem máquina existem posso concluir! Pois me sinto naqueles sonhos estranhos nos quais suas informações me confundem a mente para fazer eu pensar se há mesmo verdade no tempo ou nas rodas que giram ponteiros e ligeiros momentos, adentram na confusão e do tormento de transformar nossas vidas em algum unguento para as feridas que brotam além da capacidade de raciocinar. Eles, as rodas e os momentos, giram ligeiros cicatrizes adentro levando a vontade a todo o corpo de se modificar. Quase sempre nossos lapsos de convicção e razão das coisas nos cegam para todas as outras dimensões. Nossa própria razão remedia o abstrato ignorando sua existência e sua própria forma de compreensão. E por isso é que há fome para tantos e há soberba para alguns. Para outros há grilhões, desespero, infecções!
Há momentos em que a dor passa, outros não! Fica só o que é verdadeiro; é o que peço ao meu guia de luz! Mas e essa condição? Essa festa nesse dia do ano, essa cara, esse pano. Que me cobram tanto esses homens de cifrão! Não me interessa juntar riquezas enquanto vejo tanta solidão. Abusei mesmo dos ãos, pois sei deles coisas grandes e bem feitas. Posso usar de novo aquele relógio que perdi no mosh do rock da matemática e letras? Não posso. Então o tempo existe, meus caros. E ele não é só abstrato. É o agora que detona, o ontem digerido, o amanhã em coloridos que a visão não pode captar ainda. Oh, máquina do tempo, não me leve para nenhum outro momento! Acho que prefiro ser eu aqui. Por enquanto... tenho vida!
sexta-feira, dezembro 30, 2011
Felizes memórias (COMMEMORARE)
Mais um ano se vai. Tudo o que se passou neste ciclo encerrado agora vira um amontoado de lembranças, aprendizados ou até novos inícios de outras lembranças e aprendizados para o futuro. Infelizmente, parece que de um ciclo para outro o ser humano evolui e aprende de forma muito lenta, apesar de acharmos que com tanta informação flutuando em ondas em volta de nossos cérebros somos seres compreensíveis e sábios. Enquanto tudo o que vejo de fato é oposto de evolução e engrandecimento espiritual. Refletido nos olhos dos trabalhadores cidadãos há ilusão e vergonha por ter desistido dos seus sonhos. Pois já não há nem tempo para lembrar-se dos seus próprios desejos quando se vive a mercê das vontades de alguns poucos. Algumas pessoas destinam 12 horas de seus dias a propósitos que não são seus, vivem seus dias cansados da rotina de não se conhecerem, a rotina da negação de seus sonhos para servir a necessidade que a sociedade impõe. Por causa de fatos como esses, minha esperança e otimismo para o novo ciclo que se inicia se voltam em direção da sabedoria do povo. Sabedoria baseada no amor pela justiça, no amor ao próximo, na fraternidade, na comunhão. Não podemos mais fechar os olhos durante o nosso ano inteiro e não lembrar de sonhar. Não podemos fingir que o que fizermos na festa de comemoração da passagem iremos repetir durante todo o restante do novo ano, pois sabemos que não passaremos comemorando o ano todo. Vivemos a tragédia da ignorância própria e do esquecimento alheio. Já não podemos nos dar ao luxo de não sermos vigiados. Há câmeras em todas as esquinas. E que liberdade para viver o amor nós teremos nessas condições? Sendo o amor o princípio para a liberdade e a dignidade, que enfim é justo por natureza. Mas não há problemas em comemorar um novo ano. Há problema em apenas comemorá-lo e não fazer desse tempo um aprendizado de superação e força. Apenas comemorar e deixar as coisas como estão é uma prática antiga originada na esperteza dos poderosos em manipular as suas emoções para que você produza o máximo possível no maior tempo possível. No fim do ano, quando todas as suas emoções já não suportam serem contidas, você as transforma em comemoração. Comemoração pelo o quê? - eu me pergunto. Pelo o que foi ignorado, pela doença do planeta, com certeza não! Mas pelo advento da esperança no amanhã, pela crença na verdade e na luz dos novos dias que raiam e alvorecem nos nossos corações. Comemoro pela vontade de ainda viver, mesmo com tantas injustiças e crueldades humanas. Comemore pela força que adquiriu em todo esse tempo enfrentando tantas adversidades. Comemore e sonhe! Sonhe com a benignidade do mundo, com a prática da paz, com o auxílio de seu irmão. Sonhe com o respeito, com a franqueza, com os raios translúcidos da verdade... É o primeiro passo para conquista da felicidade.
FELIZ ANO NOVO!!!
FELIZ ANO NOVO!!!
sábado, dezembro 24, 2011
sincrônico
Talvez eu nada sabia sobre mim e sobre o mundo, afinal. O pouco que pensei entender muitas vezes me fez questionar sobre sua real importância e algumas outras vezes perdia o sentido numa contradição descarada. Mas, enquanto houvessem questões, ainda haveria de se obter alguma resposta.
Não imagino qualquer coisa desligada e independente do todo. Logo, meus dedos em sincronia com a vida trataram de registrar de alguma forma esses entendimentos que por vezes se perdem entre tantas efemeridades. Mas o propósito permanece sempre oculto e transitório. Ganha quem dá ao sentido alguma aplicabilidade, que em seguida é um sentido também reformado e sujeito ao novo por vir. Se esses pensamentos acontecem, é por que de fato podem vir a ser parte de algo maior e mais concreto.
Por enquanto, aquele caderno de anotações serve como registro de interpretações que podem vir a ser algum dia canalizadas e entendidas como necessárias ao desenvolvimento da humanidade. A prepotencia não existe aqui, pois já não é de mim que depende a existência de tal elocubração. Sou apenas o veículo de manifestação das ideias que merecem ser disseminadas com a finalidade de derrubar outras ideias e conceitos baseados na pura ignomínia e soberba.
Para mim, o combustível que alimenta o motor dessa vontade de compreensão é o amor pela harmonia das diferenças e a liberdade dos sentimentos. Que seja assim, o mundo uma nova fonte de amizade entre todos seres. Onde respeito e paciência são requizitos de grande reconhecimento. Onde a vida não seja jamais excluída de sua própria existência e que seja tão forte quanto for intenso o desafio de superar-se.
Não imagino qualquer coisa desligada e independente do todo. Logo, meus dedos em sincronia com a vida trataram de registrar de alguma forma esses entendimentos que por vezes se perdem entre tantas efemeridades. Mas o propósito permanece sempre oculto e transitório. Ganha quem dá ao sentido alguma aplicabilidade, que em seguida é um sentido também reformado e sujeito ao novo por vir. Se esses pensamentos acontecem, é por que de fato podem vir a ser parte de algo maior e mais concreto.
Por enquanto, aquele caderno de anotações serve como registro de interpretações que podem vir a ser algum dia canalizadas e entendidas como necessárias ao desenvolvimento da humanidade. A prepotencia não existe aqui, pois já não é de mim que depende a existência de tal elocubração. Sou apenas o veículo de manifestação das ideias que merecem ser disseminadas com a finalidade de derrubar outras ideias e conceitos baseados na pura ignomínia e soberba.
Para mim, o combustível que alimenta o motor dessa vontade de compreensão é o amor pela harmonia das diferenças e a liberdade dos sentimentos. Que seja assim, o mundo uma nova fonte de amizade entre todos seres. Onde respeito e paciência são requizitos de grande reconhecimento. Onde a vida não seja jamais excluída de sua própria existência e que seja tão forte quanto for intenso o desafio de superar-se.
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