quarta-feira, agosto 25, 2010

desassossego

essa lúgubre estrada ensolarada
me cega de esperança
esse indiferente demônio
me desanima, me cansa
nem mesmo a rima
me faz criança de novo
pois já sou outro
cheio de sonhos perdidos
na bagagem algo esquecido
me fez desencontrar o norte
me fez perder a sorte
e de novo murmuro um canto
triste do adeus
de não querer essa façanha
amontoada na poeira
de desdizer minhas entranhas
o currículo que não quero levar
as besteiras que cansei de falar
já disse quase tudo
agora é hora de me calar
talvez espere um pouco mais
até alguém me presentear
contudo não vejo paz
no mundo o caos faz
desaparecer e reaparecer
das cartas do destino
o sentido do que vale
se meus cabelos estão compridos
ou a barba como vai
pouco importa, meu amigo
se já não posso olhar quem vem
na navalha afiada
fiz meu trilho
lá longe, aponta o trem
pra embarcar todo esse trago
pra desossar meu pobre zelo
vai e me deixa voar
me liberta desse apego
dessa dor pessimista
das notícias do desassossego

Um comentário:

Déia disse...

Sai fora pessimismo!!

bj